quarta-feira, 24 de abril de 2013

O Zelo


E apedrejava com pedras aquele amor que lhe tirava a cabeça. E se ele retirava-se para alguma cidade, todo o encanto traria antipatia àquela cidade. E vinham de todos os povos a ouvir a sabedoria dos amores fatídicos, porque tinham um grande sacrifício. E os dias em que reinavam a bonança e o verão, reinventavam-se os holocaustos, manjares; perdições divinas. Porque se aquele menino nada sabia do amor, conhecia bem o seu tempo determinado. 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Grande coisa


Eu faço grandes coisas. Seco a vida, murcho a figueira, desmancho a flor. Quem sabe se o amor voltará, e se arrependerá, e fará com o que todos regojizem-se no mais puro linho de seda? Quem sabe se o coração valerá mais do que nossas vestes, e santificará o mantimento diante de nossos olhos? Eu sou uma grande coisa. Ah! Grande coisa! Porque eu sou um bezerro domado, gosto de trilhar. Eu tenho grandes coisas. Gosto dos homens mais velhos, dos tímidos e incrédulos ao falarem de amor. Por que disputais comigo? Eu sou o vinho que te excita, o cigarro que te põe enfermo, a romagem dos teus alucinógenos. Sou tua demência. Quanto a mim, tu me sustentas no meu atrevimento e me puseste diante da euforia para sempre.