terça-feira, 28 de junho de 2011

Azul

Para Vivyane Lopes.


Eu mudarei.
E mudarei por você.
Deixarei de lado os meus costumes, as minhas ânsias,
os meus medos e até mesmo os corações indefinidos que apossei-me por aí.

E o mundo esplende em luz. E os teus olhos também.
Aqui me acho, aqui me tenho. 
Entre versos, sons e ritmos.

Portas, quantas portas!
Um sentimento infinito. 
Entrego-me a ti desesperadamente, assim como um poeta entrega-se às
trevas em dias solares repletos de andorinhas na imensidão.

E quão bela é a nossa jornada! Indago tuas maravilhas. Com passos longos
percorro os jardins floridos. Rego as plantinhas miúdas.
E sinto-me concluído.

O amor voltou, sim. Aleluia! O amor voltou! Gritem todos!
E, mais uma vez, adormeço em teus braços.

Com amor, Wandeilson.

domingo, 26 de junho de 2011

Mesmo, quando, se.


Mesmo quando as lágrimas começarem a secar,
mesmo quando tudo estiver completamente vazio,
eu irei encher o seu copo de cerveja.

Mesmo quando o tempo de ontem for hoje,
e nossos dias de verão forem apenas longas estradas frias
E vazias.
Estaremos perdidos, estaremos de volta
ao início.

Mesmo quando a minha cabeça der voltas e voltas,
mesmo quando a vida me ensinar pensamentos acanhados,
Eu irei subir as escadas do céu...

Eu irei te amar.

E mesmo se o café da manhã não estiver pronto,
eu te alimentarei do meu mais puro e doce e ingênuo amor.
Mesmo quando nada estiver dando certo,
Eu estarei de pé pra te fazer sentir pronto para mais um dia...

Eu irei te amar.

Mesmo quando o sol
Mesmo quando a lua
As estrelas, a luz, as trevas
Mesmo toda criação
Todas essas coisas bonitas,
se não existissem,
Eu não estaria aqui
Com você.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Portuguesa sentimental


Sentado em meu telhado
observando aquele grande vaga-lume,
testemunho a obscuridade da noite.
A algizez do meu coração,
os uivos dos inquietos,
os uivos dos mal-amados.

Sentado em meu telhado
afrontando os rostos de sangue,
compreendo-me por inteiro.
Os tambores da injustiça,
aqueles mesmos sons pecaminosos:
Do "dê" e do "mo".

Sentado em meu telhado
rasgo cartas de amor, entrego-as ao vento.
Iludo a minha própria carne.
Enquanto sinto-me um lixo,
o amor ainda brinca 
de me dar tapas na cara.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

O (prazer) de viver



Vida...
que vida, que vida
meu Deus!
Sempre açoitando-me pelas costas. Sempre
maltratando os meus sentimentos.
Que dor! Que dor! Mas
que dor é essa, meu Deus?
Falta-me tudo. Aqueço-me.
Mas de ausência já basta!
Alguém comeu meu coração. Fez-se o amargo.
Que sina, meu Deus!
Pra onde correu a vida? Pra que esquina?
Em que ponto de ônibus? Quer dizer, em que mundo?
Minhas rugas condenam o futuro. E que futuro, meu Deus?
O amor já não é... o amor..... o amor...
o amor... o amr..... am..... o amo....      amooo....       am..... a.... a...... 





sexta-feira, 3 de junho de 2011

Ventinho




Vem, ventinho!
Ultrapassai-me por inteiro!
Amparai-me com o teu furacão!

Ainda que esses galhos sobrevivam! 
Ainda que nessas casas encontrem-se tijolos!
Arrastai-me para os teus montes,
para os teus lugares alcandorados!

Isso, ventinho!
O quão férreo és! Varrais as
doces lembranças literárias! 


quinta-feira, 2 de junho de 2011

Ao sábio, com carinho...

Para Leandro Ribeiro Calixto


Em meio a tantos problemas relacionados a amizades, a amores, a poéticas, enfim, a vida, eu sei muito bem selecionar aqueles que farão parte de mim! Eu convivo com uma pessoa que demonstra-me afeto em todo o seu relacionamento amigável. E que não faz questão de julgar-me mesmo eu estando errado, mesmo eu tendo uma cabeça tão dura e bobinha, um coração tão pequenininho e frágil, inocente, cauteloso. E sinceramente, sinto-me feliz ao mencionar-lhe em minha vida. A amizade floresce em 1998/1999 e constrói um mundo totalmente diferente do que eu vivia dentro de mim. Um mundo imaginário, rebelde, violento. Um mundo minúsculo para dois amigos aventureiros. Até onde nos levaria esse mundo? E até quando?
Tenho tudo em memória: nossos gostos, nossas crenças, nossos medos, nossas vaidades, nossas expressões e até mesmo a nossa feíura em relação aos nossos objetivos. Lembra-se de quando nos balançávamos naquela rede? Nos elevávamos para ter a certeza de que a nossa amizade seria composta dos mais altos tons. Contudo, estávamos de volta ao mundo inferior quando aquela mesma redinha desabava no chão. E voltávamos a sonhar... Que queda!
Revelo-te o meu maior amor por um amigo. Revelo-te quem sou. Revelo-te o mundo e suas malícias, suas maldades e suas falsas esperanças. Mas, temos que nos comprometer a algo, não é mesmo? Quero-te ao meu lado eternamente, sem dizer-te que estou muito velho e cansado para enxergar-te como um amigo. 

Com amor,
Wandeilson.