sábado, 27 de agosto de 2011

Cravado



Compartilha comigo a tua dor, o teu descontentamento. Abraça-me, para assim nos envolvermos em uma dor só, em um sentimento só. Derrama comigo uma lágrima. Sinto um enorme prazer em chorar. Chora comigo. Aqui és bem-vindo, aqui és amigo. Viver é bom. Saber viver é que nos assusta. Desce comigo, amigo, para o fundo, para o limite do chão, pros buracos da terra. Desce. E não se atreva a subir. Viaja comigo nessa tristeza, nessa euforia. Partilha comigo essa solidão. Aqui não há felicidade, nem crianças correndo nas ruas. Aqui não há balões enfeitando os céus... Porque se os sábios morreram de tuberculose e da ausência de amor, quem somos nós? O que queremos agora? Então, vai... Vai e arranca o teu coração... Lance-o fora.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Auto-confiança



Cansei dos meus "amigos", das drogas que uso, dos lugares que frequento... Cansei de vagabundear por aí. Cansei das más palavras relacionadas ao amor. Retiro-as agora. Reescrevo-as. Eu quero sentir o prazer de viver, de saber viver. Quero acordar, sentir o cheiro do café que vem da cozinha, regar as plantinhas e... sair por aí. Dessa vez com rumo. Quero viver o que ainda não vivi. Quero descobrir palavras novas, sentimentos raros, conhecer pessoas elegantes, lugares amplos e claros. Porque me sinto bem. Me sinto bem, sim. Só precisei ajuizar um pouco. Amo a vida, amo os meus pais. Apesar de serem rudes, eles estão sempre certos.

[apago todos os cigarros]

[começo a viver]


...


[tô dando uma chance ao amor]

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Que amor é esse?



Que amor é esse
que me cospe, que me rasga

Que amor é esse
que me transcende, que me dói

Que amor é esse
que me questiona, que me abafa

Que amor é esse
que me tem, que não me tem



Amor assim nem na China.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Adele


"I won't let you close enough to hurt me." (TURNING TABLES)

Moça bonita, de pele clara, olhos agradáveis, sorriso triste. É assim que a defino. Eu não poderia procurar por tristeza melhor. Eu também vivo assim: infeliz. E não vejo a vida como algo bom, algo prazeroso. Sempre quis me afastar de todos, me enfiar no escuro e não sair mais. Porque a minha música é composta de aborrecimentos, do luto ao amor. E foi com esse seu sorriso triste, Adele, que você me encantou. Não, não precisa me agradecer. Por onde caminho, por onde rastejo, eu te levo em mim, de alguma forma. E os meus ouvidos não doem, não cansam.


" But go on and take it, take it all with you." (TAKE IT ALL)

E se isso tudo for amor, que seja. Que venham as noites onde estarei só, que me venham as loucuras, os desejos de morrer, de ir para casa. Só sei que, se eu não tivesse te encontrado por aí, algo iria me fazer falta. Te escuto, choro. Te escuto, choro. E é sempre assim... Enquanto houver melancolia, me lembrarei de você. Não é, Amy? 


"Because you lighten up my heart when I start to cry." (FIRST LOVE)

Qualquer dia a gente se esbarra por aí... Compartilharemos as nossas perspectivas de vida e a nossa má sorte com o amor. I'LL BE WAITING, como uma canção.

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Discografia: 
             





Corre!



A vida não é fácil pra quem é diferente, pra quem se sente diferente, pra quem quer poesia todo dia, pra quem quer acordar, abrir a porta, sentar no batente e poetizar com os passarinhos. A vida é justa, sim. Quanto mais justa, mais imoral.  E me custa caro viver, tentar viver. Acreditei em muita gente dizendo que tudo ia ficar bem. Não houve nada. Só prestigiei alguns conflitos. 

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Aos sábios, com literatura



Quem disse que pra ser poeta tem que estudar?
Quem disse que pra ser poeta tem que ter um carrão?

A poética não é definida em diplomas de parede.
A poética é viva, é de dentro.

Que seja bom, que dure muito, que não morra



E lá fui eu entrar no céu...

Já tinha ouvido falar desse tal céu nos livros, jornais. Mas eu nunca tinha respirado um ar tão puro, tão majestoso. Nunca tinha visto um céu tão azul, tão fresquinho. Passei por aves, estrelas, cometas, planetas, subi algumas escadas, dei algumas voltas, subi mais escadas, e finalmente lá estava eu, de pé, em frente à porta principal. Tava um silêncio danado. Procurei por algum sino de parede, alguma campainha, algum barrote de madeira. Antes de me preocupar muito, a porta se abriu. Ninguém abriu a porta, ela simplesmente SE abriu. Então, entrei. Ao meu redor... não tinha nada a não ser aquele vácuo de sempre. Estranhei. Pensei que eu seria recebido por cânticos de júbilos, harpas celestiais, anjos vestidos de vestido. Aliás, eu nem sabia onde eu realmente tava, se ali era mesmo o céu. Eu conseguia ver outro azul, que era alguma outra coisa. Dei alguns passos e fui procurar por alguém. Lembro que em Terra, existem bancos de informações nessas horas em que a gente tá perdido. Não encontrei nada durante alguns minutos. Depois disso, avistei um riacho. Um riacho de água branca, cristalina, de encher a vista. Eu não quis saber mais de ninguém. Tirei minha roupa, me joguei fundo no riacho. Água fria e sempre corrente. Passaram-se horas e nada. Será que estavam de férias ou coisa assim? Ali não escurecia. Eu senti falta do luar. E o clima tava desagradável. Ali mesmo adormeci, ali mesmo fiquei. Depois disso, não lembro de mais nada. Eu só sei que, enquanto eu vivo, as coisas se tornam mais enigmáticas, enquanto eu vivo, as pessoas me batem, me consomem muito. Eu já não tenho muito fôlego. Pensei que a causa disso era o cigarro. Só depois de um mês vim saber que a causa disso era a... vida.


P.S. Me diga o significado disso tudo. Eu simplesmente me perdi.



quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Crônica de um drogado


Eu tô drogado o suficiente pra saber o que eu sinto. Então, às vezes, quando eu tô só, eu acendo um cigarro e vou fumar na varanda. Eu escrevi cigarro?! Eu e o silêncio da noite, aquela mesma friagem. Puxo uma cadeira velha e grudo a minha bunda nela. Dali não saio de jeito algum. Ali não canto, não escrevo, não tenho tempo pra ninguém. Eu só penso. E penso, penso. Olho para o céu, cigarro aceso, brasa viva, penso em Deus. Mas Deus está tão ocupado agora. Ele não me responde. Eu já aprontei tanto com Ele. Já não sei o que me resta nessa noite. Não quero dormir, quero ficar aqui um pouco. Quero sentir mais, sentir até o que não se deve. Depois de Deus, vem a vida. A mesma vida dura de sempre: Acordo, almoço, faculdade, me drogo. E por aí vai... Quem disse que a vida não rima com drogas? Quem disse que um simples cigarro de maconha vai me deixar doidão o suficiente? Eu não preciso disso tudo. Mas preciso. Lá vou eu caminhando pelas ruas desertas, tombando nas calçadas com medo do frio. Lá vou eu tentando me controlar, bebendo um gole d'água, comendo algo pra me distrair. Lá vou eu chegando em casa totalmente alienado. Quem me vê assim, pensa que eu não tenho pais ou sei lá. Mas tenho, por incrível que pareça. E eles se importam comigo, sim. Eles sentem o que eu sinto: o vazio, o medo. E eles choram. Queria poder te dizer que isso tudo não passa de uma simples crônica, sem coerência. Não posso. Não posso porque isso tudo aqui sou eu, drogado ou não, quer dizer, doidão ou não. E enquanto eu dou o último trago em meu cigarro, eu ouço vozes. Vejo mulheres nos espelhos, vejo-as dançando. Admiro. Com medo. Depois disso, só faço rir. Eu não me sinto feliz constantemente. 


Eu só quero viver um pouco mais. Me encontre depois de tudo o que eu sonhar.

domingo, 14 de agosto de 2011

Sete palmos acima



Quando eu morrer, eu não quero que o meu corpo seja enterrado sob flores, nem mesmo sob os girassóis. Nem que se estrague tomado de terra, de vermes, de solidão, em caixões cobertos de diamantes vermelhos. Também não quero que seja jogado ao vento como se fosse um nada, como se tivesse algum destino essa alma minha, como se de repente, eu fosse pousar em algum lugar especial, longe das minhas turbulências. Eu apenas quero uma morte tranquila, silenciosa, vazia. E de olhos bem fechados. Uma morte prazerosa, como se diz. E não quero ninguém por perto. Não, traga-me um cigarro, alguma bebida, uma maconha. E é só isso. Depois disso, só o escuro. E sempre o temi.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

"Somos 2, Clarice"





Amor só de mãe. Somente.
Amor só depois de viver o bastante.
Somente.


Amor só quando a ciência tiver razão.
Amor só quando o mundo for plausível.


Aqui não se sente amor.
Aqui se mata.


(Para Clarice Lispector)

Quando a gente se conheceu


Quando a gente se conheceu, eu senti o perfume das flores que vinha dos teus olhos. Olhos famintos de amor. Sim, ele de novo. [o amor] Quando a gente se conheceu, eu pude ouvir um pouco de blues e tomar um gole de cerveja. Porque a cerveja se faz doce em meu ventre. Não há coisa mais amarga do que a cerveja e o coração. E ainda mais, eu pude abrir a janela e olhar em volta, não poluíram as ruas, nem as árvores ficaram secas. Até o carro do lixo deixou de passar às dez em ponto. E eu acordava e sorria, com um bom-dia agradável. Tudo era simples, em tudo eu achava a coragem. Eu me lembro de quando a felicidade passou por nós, de quando as coisas eram legais, das nossas andadas por rua afora, do medo da noite, do medo do fogo, do medo da Bíblia, de tudo o que era esplêndido. Também me lembro das cartas de amor jogadas ao vento, dos tapas na cara, do sangue escorrendo em minhas narinas das drogas que consumíamos juntos, eu e você e meio quilo de maconha, quer dizer, eu e você e nossa autonomia. Como a vida é engraçada, não é? Uma vez pobre, sempre pobre. Pobre de alma. Uma vez vagabundo, sempre vagabundo. E nada muda. Só o clima. Só sei que quando a gente se conheceu, o amor era o amor. O amor era a porra do amor, sem conflitos, sem perca de tempo e de juízo. Ah, o amor! Ele sempre me deixava daquele jeito, "vermelhin". O amor era para nós algo novo, sem muita importância. Algo passageiro, pensávamos. Até que um dia, o próprio amor te tirou de mim, te fez brisa em meu coração. E lá fui eu tentar tirar o meu coração do congelador, tentar esquentá-lo no forno. Nada mudou. Só o clima. Agora aquelas lembranças, aquelas do passado, são um conjunto de infelicidade. E minha vida já está acostumada com esses atos, são da sua própria criação. A vida não é bela, o mundo é de quem não sabe viver e o amor... o amor... o amor é o sentimento mais nobre e feio que eu já senti em toda a minha vida.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

O amor de quem não tem o que fazer


Quando eu digo que não amo, eu não amo mesmo e pronto! Mas também não quer dizer que nunca vou amar.
Eu acho que ainda me falta algum sentimento. Não, não é o amor. Desse aí eu nunca senti saudades e sempre quis distância. Bom, receio que seja ele. E se meu coração doer, que doa, mas que não se quebre por inteiro. Porque não há mais tempo para nada, nem para o tal amor. As pessoas se ocupam com seus hábitos de roncarem até o meio-dia, de pecarem um pouquinho mais e esquecem o tal amor. Tal amor vagabundo, tal amor ladrão. Já não consigo mais parar de escrever sobre o amor. O menciono mais de dez vezes em um único parágrafo. E isso me cansa, me enche de olheiras.
Cansei.

Uma breve ironia do destino





Pastor Fernando Julião: Está aí?


...


Pastor Fernando Julião: Por que tanta tristeza no Blog?


....


Wandeilson Lucena: Oi, estou sim! Porque é a vida!
Pastor Fernando Julião: Mas tem que falar de coisas alegres.
Wandeilson Lucena: É que ali é a minha vida! Só tristeza...


[Álcool, uma pausa e um ponto final]

terça-feira, 9 de agosto de 2011

A primeira felicidade



Tô me sentindo bem...
Tô me sentindo mal...
Num dia faz sol, noutro chove
Me deram flores, sem pétalas
Me deram os parabéns mas não trouxeram o bolo...


Tô me sentindo bem...
Eu riu com os amigos, os amigos me batem
E formamos um sentimento só.
Tenho muitos deles. 
Quer alguns?


Tô me sentindo bem...
Tô me sentindo mal...
Mataram a simplicidade, ninguém ri
Agora os sábios são os loucos
Enfiaram o amor naquele canto...



domingo, 7 de agosto de 2011

1 por 3



Eu me sinto uma merda, mas tudo bem. Eu não sabia que o amor era maior do que eu. E mais forte. E eu tô bem, muito bem mesmo. Não tô precisando de um ombro amigo ou qualquer outra coisa relacionada a tais afetos. Eu só estou um pouco assustado. Pra onde ir? Tudo dói. Braços, pernas, cabeça e, principalmente o coração. Coraçãozinho bobo que reside dentro de mim. Sempre me fez chorar.

E choro. Não tenho vergonha de chorar não, amigo. 


sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Um amor de um amigo



PARA OS AMIGOS:


Quando eu me sinto só, eu não me preocupo com o silêncio da escuridão, não.
Nem me retiro como se eu estivesse com medo de algo. 
Aliás, o medo me conforta.


Eu só estou à procura de sorrisos. Sorrisos.
Aqueles sorrisos que são do tamanho do mundo.


Amigos, amigos, quantos passos os nossos pés percorreram?
E quantos pecados cometemos? Se amar os amigos é pecado,
então por que ainda me sobra fôlego para viver?
Não sou eu um simples e pobre homem do subúrbio?


Eu não tenho sorte. Eu não tenho nada.
Eu só estou querendo um aperto de mão, amigo.


Porque nossa amizade é esplêndida... como as estrelas... 
Como o céu, como o inferno...
E se não houver luz em nós, a gente acende um fósforo.


E talvez estejamos esperando por algumas mudanças, alguns atos.
Mas, honestamente, quero sempre ter o teu conforto
Em meus dias de loucura.

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Utopia



Caro amigo, se você encontrar o amor por aí,
faça-me o favor de dizer a ele que eu estou bem.
Particularmente, muitíssimo bem.
Diga que eu não o temo mais, que eu o supero, às vezes.
Mas também diga que eu sinto sua falta, sua perspectiva.


Cara amiga, se você encontrar a dor por aí,
faça-me o favor de dizer a ela que eu estou bem.
Particularmente, muitíssimo bem.
Diga que eu não a temo mais, que eu a amo, sempre.
Mas também diga que eu a quero longe do meu coração, da minha alma.


E quando te amaldiçoarem, não acendas uma vela.
A vela é fogo, fogo é o inferno.
Deixai a brisa da noite te contentar.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Somewhere over the rainbow



Eles disseram-me para fazer igual a Dorothy Gale: 
seguir em frente, além do arco-íris.
Então, lá fui eu, sorrindo e amando...

Além do arco-íris não tinha nada.
Só um vácuo. Um vácuo.

E o vácuo era eu.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

O lado escuro do sol



E a vida tornou-se fria... mais fria do que o meu coração...

E o meu coração tornou-se negro... mais negro do que o meu bem-estar... 
E o meu bem-estar tornou-se puro, assim como todos os santos...
E todos os santos tornaram-se pecadores, assim como eu...


Vivo caminhando por aí...