segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Deploração do Poeta





Quero enfiar-me em uma cova e ver o sol nascer atro,
          Sem seu fulgor.
Quero apartar-me de minha tribo,
Desapegar-me de suas malícias.
Quero apreciar-me diante do fosco – e que paisagem, meu Deus!
            Que alma sem cor!

Quero entregar-me a noite, ao seu manto errante.
Deixai-me saber a denotação desse amor que sinto,
           Não a tenho em meus dicionários.
       Tal amor nocivo! Tal amor tão novinho! 
Quero alegar-me diante de todos! não vivo sem essas dores!

Quero uivar para a Lua.
Que todas as estrelas caiam por Terra! que todos os
homens sejam amaldiçoados! Não eu somente, Senhor!
Quero exorcizar-me em Tuas Igrejas,
revelai-me os meus próprios demônios.
           Revelai-me o que me espera!

Quero destruir-me entre esses Versos
Quero matar-me, assim como os meus amigos matam-me,
serei um. Um poeta sem rumo, um chiclete mastigado!
E que o vento conspire ao meu favor! ó!
Quero o meu descanso agasalhado de flores serenas.
  






domingo, 29 de maio de 2011

Seres vão, momentos ficam...





É engraçado como a vida insiste em nos (ME) pegar de surpresa, não é? Um dia atrás eu tinha postado as minhas confissões sobre os meus amigos, as minhas amizades em geral e hoje mesmo acabo de perder mais 1 ex-amigo/conhecido. Mas tudo bem. Esse amigo não era tão importante assim. Posso chamá-lo de um simples conhecido. Essas coisas desmoronam rapidamente na minha cabeça. E doem. Mas não são dores sentimentais. Eu denomino "dores concessivas". Tudo bem, então. Não irei prostrar-me diante de pessoas artificiais, especializadas em "ingenuidade forçada". 

sábado, 28 de maio de 2011

The Highway Home ♪


I'll reach out my hand to you
I'll reach out my hand, my friend
Hold it while we grow
Old
Together

And things can always get you down
They also get me down
Would them now?
I wonder why we cannot learn it
Things come 'round and we cannot accept them

But I'll reach out my hand to you
Don't cry no more, my babe
I'm sure we can hold on
It's done
We're together

(Chorus repeat)

I need words, say them please
Don't be shy, I'm couting on you
Forget the world, forget its fears
Come on, baby, please

(Chorus repeat)


Lyrics/Letra: Wandeilson Lucena Neves

São fases, só isso! Apenas fases!


Fazer amizades é muito fácil. O difícil é compreendê-las. Eu que sou bobo por criar um mundo totalmente diferente do que eu vivo em minhas rotinas. Um mundo quase "amigável". Sinistramente, eu gostaria de viver só, sem importar-me com os outros, sem dirigir-me a qualquer pessoa com a intenção de fazê-la minha amiga, torná-la parte de mim. Tenho um coração útil para certos tipos de coisas, mas isso é apenas o que ganho de brinde no final de tudo: ilusões, indagações injustas, pensamentos conturbados. Tudo isso em relação ao meu ser, ao que digo (ao que deixo de dizer), ao que faço (ao que deixo de fazer), e por aí vai.
Dos trilhões de amigos que tenho, são 4 (no máximo 5!), que fazem parte de um bom rebanho. Incrível, não?! Justo? Sim! Amigo não é aquele que você conhece em um dia, troca algumas palavras, apertos de mão e saí por aí desfrutando de momentos agradáveis (não sei se momentos agradáveis seriam ocasiões certas). Pois é, não é! Amigo é aquele que te entende, aquele que te faz sentir um bom alívio no peito, o que te dirige a palavra oferecida com sentimentos de carinho, justiça e principalmente amor. Aí é quando você me diz: "Espera aí! Você nos diz que não acredita no amor e como pode mencioná-lo principalmente nas SUAS amizades?". Eu não acredito no amor carnal, o amor que se faz entre duas pessoas, o amor que destrói os corações dos seres não-compatíveis com essa "doença". O amor de uma amizade é totalmente diferente. Você sofre, sim. Porque nessa vida a gente sofre com tudo, não é?

                                                                         

"You're here till the end
You pull me aside when somethin ain't right
Talk with me now and into the night
Till it's alright again"

Sei que me falta muita sorte. E muito aprendizado também. Eu gostaria de tirar um dia para convencer a mim mesmo de que isso tudo não passa de uma fase boba, não boa. E convencer-me de que estou sendo exagerado ao maldizer os amigos, a amizade. Provavelmente, eu estaria feliz. Mas em meus eternos dias de solidão. Um amigo, dois amigos, três amigos... ai! Isso tudo torna-me cansativo. Eu mal entendo o mundo e quanto mais o que se faz a partir dele, o que se tem a partir dele! Apenas quero a minha felicidade de volta, os sorrisos que deixei sepultados em alguma parte da natureza, os rostos que desfiz com linhas mortas de expressões, a bondade que ainda falta-me quando estou só. 
Quero ter amigos, sim. Amigos, não amiguinhos, não gentinhas podres e secas de sentimentos. Quero compreendê-los da mesma forma que espero que compreendam-me. E quero educá-los, modificá-los, naturalizá-los. 
Certo dia, uma "amiga" minha disse-me indiretamente: "Não gosto quando meus amigos brigam!". Isso deixou-me em desespero, pois  vivo em um grupo de 3 "amigos" e estou sem falar com 2 deles. O motivo? Adjetivos que os próprios atribuíram a mim: egoísta, infantil, sagaz, etc. Então, procuro poupar-me de certos momentos em que me vêem como o próprio demônio.




"You and I 


can share the silence 


finding comfort together 

the way old friends do 

and after fights 

and words of violence 

we make up with each other 

the way old friends do 

times of joy 

and times of sorrow 

we will always see it through 

oh I don't care 

what comes tomorrow 

we can face it together 

the way old friends do''




Enfim, trago-te flores, amigo. Para que assim, o seu perfume inale as tuas maldades, os teus julgamentos. E espero-te, pacientemente. Espero-te correr até mim. Dá-me um abraço, dá-me o que eu ainda não tenho de ti. E só assim iremos encontrar conforto em todos os nossos atos. Só assim dançaremos de mão dadas as canções da vida.

Até breve,
amigo(s). 



quarta-feira, 25 de maio de 2011

Nublado



Não amo!
Não sei amar!
E não tento!
Para que tentar?

Se eu sorrir
lágrimas me afogarão
ao doce som das chuvas
enevoadas.
Mas que são
Pingos de honestidade, são!

Não amo!
Não sei amar!
E ausento-me!
Confesso-me diante de ti,

ó, vida! ó raios! ó céus!
Arrancai-me do peito 
esses múltiplos corações!
Eu gemo!
Deixai-me viver em trevas
sem a ausência de Deus!


sexta-feira, 20 de maio de 2011

Aventureiro



Às vezes sinto-me um pouco fúnebre ao tentar relacionar-me com os meus próprios sentimentos. Até aqui, então. Eu poderia ser menos útil ao tentar expelir palavras voltadas para o amor ou para qualquer coisa que o mantenha conectado ao meu ser. Eu poderia desempenhar-me da melhor maneira possível ao tentar resplandecer a vida, torná-la livre, hidratada e completamente virginal. Mas, consigo apenas vibrar-me ao doce som das águas que insistem em desaguar o meu império junto ao cadáver do mar. Pobre vida! Pobre vida minha! Sinto falta das belas coisas nas quais eu almejava os pores-do-sol, o orvalho matinal das paisagens mortas, a ilusão de um cronômetro e as tuas lindas ferrovias. Até aqui, então. 


Quantas vidas foram-se com a vida? Quantas mortes ainda restam? Então, folheio páginas de angústias, respiro ares de pura maldade e proporciono-me uma mera distração de meu ser: o amor. Amor confuso, o que queres de mim? Já não tens pares suficientes? Ainda assim o condeno, o isolo em bosques desertos, para assim não haver mais hostilidades nem conciliações, somente o seco, a imensidão da minha resistência. Ai de mim! Guarda-me em teus pés! Sendo assim, caminharei contigo e farei de ti uma colheita. Irás semear a perversidade nas plantações dos homens nus. Deixo-te agora, meu amor. Até aqui, então.
                                                       
When the rain
Is blowing in your face
And the whole world
Is on your case
I could offer you
A warm embrace
To make you feel my love

                                       

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Céus (a)fogados

Eu não preciso de ninguém para me fazer sorrir
Tantas vezes eu já ri quando eu estava só
Não necessito destas mãos frias, vaidosas
devaneios de uma alma conturbada.


Já não sonho
Mas tenho pouco e isto é muito
Invejo-te, rio.

Grão fantasiado de areia. (por Paulinho)




And if you wait for me,
I'll be the light in the dark
If you lose your way.
And if you wait for me,
I'll be your voice
When you don't know what to say.
I'll be your shelter,
I'll be your fate.
I'll be forever, wait for me.
I'll be the last train
I'll be the last train home.

Não sei se esse tipo de coisa já aconteceu com você, em uma determinada época do mês nossa sensibilidade aumenta, nossa! A minha está tomando conta de tudo, acreditem se puderem, ontem à noite estava assistindo TV e acompanhei um comercial que se tratava da emoção de jogar futebol ... EU CHOREI ACREDITE! Tenho estado assim por muito tempo, desde que comecei a compartilhar minha vida com outra pessoa. ODEIO filmes de romance, porque sempre (100% dos casos) choro, sou sonhador vivendo em um mundo totalmente real, gosto de dizer coisas bonitas e sinceras que te façam ver que o mundo não é tão cinzento como vemos nos telejornais, AMO olhar através da sua boca e perceber que uma ação minha fará você sorrir, AMO poder contar uma piada e mudar a sua rotina mesmo que seja por um breve momento, AMO escutar uma música e lembrar da minha melhor amiga ou da minha mãe ou do meu cachorro ou de um momento feliz, AMO TUDO SIMPLES. Sou antigo, desde novo já sou antigo. Gosto das minhas manias, de acordar sorrindo, de dançar no banheiro, de roer unhas. Desde cedo sonhei com o meu príncipe, que ele me traria flores no 1º mês de namoro, ou melhor, que ele recitasse um poema feito especialmente para mim assim como nos filmes bobinhos de Hollywood, que ele ligaria pra mim só pra dizer que me ama, ou que faría uma surpresa ao sair do trabalho, MELHOR que me tratasse como outro príncipe. Sonhava em colocar um monte de escadas almejando alcançar o céu, sonhava em combater o mundo com meu morfador, sonhava que a minha mamãe não fosse pro céu. Hoje percebo que esse meus sonhos ficaram distintos na minha infância.

Não quero amigos que fujam ao perceber que vou desmoronar, desejo que fiquem comigo, escutem minhas angústias; quero conselhos, abraços, choros e risadas, quero compartilhar cada momento da minha humilde vida com os meus melhores. No colegial tive IRMÃOS que puts, faço questão de lembrar sempre, foram tão essenciais para mim, se eu estivesse sorrindo Regina vinha rir junto comigo, ao chorar ela também estava, sempre me dando conselhos e puxões de orelha. MEUS AMIGOS, mooooorro de ciúmes por eles, são o meu tesouro; o mais precioso de todos, sem cálculo em caso de perdas.

Nem tenho medo de ficar sozinho, apenas receio de não poder contar como foi o meu dia - de como eu cheguei em casa em um dia chuvoso - de deitar na cama e não ter alguém para abraçar - MEU MAIOR MEDO é não ter você meu amor, de não poder olhar nos seus olhos mais lindos, de tocar nos teus lábios e ver que o meu reflexo brilha nos seus olhos, isso me deixa tão feliz.


Quero colo! Vou fugir de casa!

Posso dormir aqui com vocês?

Estou com medo, tive um pesadelo

Só vou voltar depois das três



Só quero ter uma casinha, com um conversível na garagem e flor no vaso todo dia - Acordar e olhar diretamente para o teu sorriso - falar um BOM DIA com um sorriso verdadeiro - chegar em casa louco para te dar um beijo. QUERO APENAS SER FELIZ.



By: Paulinho -paulinhoav

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ohos teimosos

Olhos teimosos estes meus!
que desviam-me para o pecado
e consumam-me os prazeres!

Olhos tristes estes meus!
que revogam o teu doce canto
e estripam minh'alma estupenda!

Tanto faz


Agora tanto faz                                           
Se tu me beijas, se tu me acaricias
Se tu me tens por inteiro
Se tu me secas os sentimentos.

Agora tanto faz
Se tu me relatas tuas rotinas
Se tu me consomes os dias
Se tu me envolves em tuas paixões.

Doce estar! Mal estar!
O que me importa teus provérbios de amor
agora que tanto faz
Ter teus instantes melancólicos
contemplados aos meus?

Agora tanto faz
Se tu me tomas a alma
se tu me formas ausências.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Na selva humana

ó Leão, 
deixai a cobra peçonhenta
tomar conta do Teu reino
enquanto Tu descansas no Teu
Manto Sagrado,
enquanto dormes manso e quieto.

ó Leão
   pois é vindo tempos de bravura!
és Grande! és Dócil!
   abraça-te com a cobra e morda-lhe a cabeça!
   porque doce é o seu veneno aos Teus olhos de caça
és Santo! não 
santa cruzCifica-te!
   condena-te diante dos teus 
   números invejáveis! de pecados!

e tu, criatura abominável!
já viste Um Leão deixar de ser Rei? 

domingo, 15 de maio de 2011

Os homens de minha Terra

Em minha Terra,
os homens encontram conforto em outros homens.
Os seus espíritos entoam vozes afeminadas e
celebram o gozo jovial, batizados por águas cor-de-rosa

Em minha Terra,
os homens já não são mais homens,
cobrem-se de plumas, faces garidas, elevam-se
ao nível da competência, corroendo os corações das donzelas.

Que os seus pobres pais os degolem! Mas ai de teus pobres pais, homens!
Senhores altivos, donos da tua marcenaria,
em minha Terra
João chama-se Maria.

Sou poeta

Sou poeta.
      Sou o satanismo, 
      sou o cristianismo.
Sou poeta. 
      Sou frio.
     

Deus I

Deus! livrai-me das Tuas profecias!
dos Teus selos! das Tuas trombetas!

Deus!  livrai-me dos Dias de Saraiva!
do Teu gigantismo! das Eras Grotescas!

Deus! livrai-me! e se hás de queimar-me,
queima-me os braços e não as pernas!

Ó maldita raça humana

Ó maldita raça humana
não vês que teus olhos desviam-te 
para o pecado? não vês que tua boca
conspira palavras moribundas?
E teus ouvidos consomem tu'alma
crendo em tuas concupiscências da carne?

Ó maldita raça humana
não vês que tu és inúmeravel?
és  pelúcia, és Leão
mas não és luz, és escuridão!
Uns te bendizem, amém! outros
te maldizem, amém! E te são dadas
as flores, arrancaste-as e preferiste os espinhos

Ó maldita raça humana
Não façais tal mal a ti mesmo
curvando-te diante das tuas paisagens.
Teu Juiz tem pressa, poderia eu, ó
estrela radiante, oferecer-te calor
nos meus mais legendários dias?  Vai-te raça podre. 

sábado, 14 de maio de 2011

O manto sagrado

Ontem olhei para o céu:
imagem borrada, imagem penosa
nuvens umedecidas do pranto
de meu ser,
gotículas de água desabrigadas na dor
insistem em fazer-me moradia


Ontem olhei para o céu:
estrelas ofuscadas, manto satânico
exposto em uma única dimensão.
      Ai de ti! Ai de mim!
quão bela estupidez fez-se das tuas
maravilhas                 vede, irmãos.