Sentado em meu telhado
observando aquele grande vaga-lume,
testemunho a obscuridade da noite.
A algizez do meu coração,
os uivos dos inquietos,
os uivos dos mal-amados.
Sentado em meu telhado
afrontando os rostos de sangue,
compreendo-me por inteiro.
Os tambores da injustiça,
aqueles mesmos sons pecaminosos:
Do "dê" e do "mo".
Sentado em meu telhado
rasgo cartas de amor, entrego-as ao vento.
Iludo a minha própria carne.
Enquanto sinto-me um lixo,
o amor ainda brinca
de me dar tapas na cara.
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