sexta-feira, 20 de maio de 2011

Aventureiro



Às vezes sinto-me um pouco fúnebre ao tentar relacionar-me com os meus próprios sentimentos. Até aqui, então. Eu poderia ser menos útil ao tentar expelir palavras voltadas para o amor ou para qualquer coisa que o mantenha conectado ao meu ser. Eu poderia desempenhar-me da melhor maneira possível ao tentar resplandecer a vida, torná-la livre, hidratada e completamente virginal. Mas, consigo apenas vibrar-me ao doce som das águas que insistem em desaguar o meu império junto ao cadáver do mar. Pobre vida! Pobre vida minha! Sinto falta das belas coisas nas quais eu almejava os pores-do-sol, o orvalho matinal das paisagens mortas, a ilusão de um cronômetro e as tuas lindas ferrovias. Até aqui, então. 


Quantas vidas foram-se com a vida? Quantas mortes ainda restam? Então, folheio páginas de angústias, respiro ares de pura maldade e proporciono-me uma mera distração de meu ser: o amor. Amor confuso, o que queres de mim? Já não tens pares suficientes? Ainda assim o condeno, o isolo em bosques desertos, para assim não haver mais hostilidades nem conciliações, somente o seco, a imensidão da minha resistência. Ai de mim! Guarda-me em teus pés! Sendo assim, caminharei contigo e farei de ti uma colheita. Irás semear a perversidade nas plantações dos homens nus. Deixo-te agora, meu amor. Até aqui, então.
                                                       
When the rain
Is blowing in your face
And the whole world
Is on your case
I could offer you
A warm embrace
To make you feel my love

                                       

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