Quero enfiar-me em uma cova e ver o sol nascer atro,
Sem seu fulgor.
Quero apartar-me de minha tribo,
Desapegar-me de suas malícias.
Quero apreciar-me diante do fosco – e que paisagem, meu Deus!
– Que alma sem cor!
Quero entregar-me a noite, ao seu manto errante.
Deixai-me saber a denotação desse amor que sinto,
Não a tenho em meus dicionários.
Tal amor nocivo! Tal amor tão novinho!
Quero alegar-me diante de todos! não vivo sem essas dores!
Quero uivar para a Lua.
Que todas as estrelas caiam por Terra! que todos os
homens sejam amaldiçoados! Não eu somente, Senhor!
Quero exorcizar-me em Tuas Igrejas,
revelai-me os meus próprios demônios.
Revelai-me o que me espera!
Quero destruir-me entre esses Versos
Quero matar-me, assim como os meus amigos matam-me,
serei um. Um poeta sem rumo, um chiclete mastigado!
E que o vento conspire ao meu favor! ó!
Quero o meu descanso agasalhado de flores serenas.
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