segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Deploração do Poeta





Quero enfiar-me em uma cova e ver o sol nascer atro,
          Sem seu fulgor.
Quero apartar-me de minha tribo,
Desapegar-me de suas malícias.
Quero apreciar-me diante do fosco – e que paisagem, meu Deus!
            Que alma sem cor!

Quero entregar-me a noite, ao seu manto errante.
Deixai-me saber a denotação desse amor que sinto,
           Não a tenho em meus dicionários.
       Tal amor nocivo! Tal amor tão novinho! 
Quero alegar-me diante de todos! não vivo sem essas dores!

Quero uivar para a Lua.
Que todas as estrelas caiam por Terra! que todos os
homens sejam amaldiçoados! Não eu somente, Senhor!
Quero exorcizar-me em Tuas Igrejas,
revelai-me os meus próprios demônios.
           Revelai-me o que me espera!

Quero destruir-me entre esses Versos
Quero matar-me, assim como os meus amigos matam-me,
serei um. Um poeta sem rumo, um chiclete mastigado!
E que o vento conspire ao meu favor! ó!
Quero o meu descanso agasalhado de flores serenas.
  






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