terça-feira, 29 de novembro de 2011

Luz


Me pega no colo, me põe pra dormir. Apaga a luz. É no escuro que dois corpos se confundem, é no escuro que as mãos se cruzam; anima-se o amor, anima-se o fervor. Porque o meu coração está entupido de miradas; já não suporto teus olhares, já não me entram os teus sabores. Não estou querendo falar de amor, não agora. O amor vem por último; o amor me roga pragas. Eu te quero entre as coisas insuportáveis; eu te quero sem os olhos, eu te quero em brasa viva, eu te quero até no inferno. Não me desgasto ao te querer; não sou dono de tanta pieguice. Eu sou fraco. Qualquer dia desses, tomaremos um porre juntos, fumaremos, indagaremos qualquer idealidade; fugiremos nus; e bêbados, sóbrios de tesão. E, no outro olhar, farei de ti um sujeito cismado; herdarei de ti os teus prazeres carnais. Porque os que se dizem ser machos são maricas quando as luzes se apagam.

2 comentários:

  1. Fabuloso
    Extraordinario
    Profundo e
    Verdadeiro

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  2. Adorei seu blog, de verdade.
    Muito bonito e os textos são ótimos, parabéns.
    Dar uma olhada no #qualquerfraseexagerada.
    Estou se seguindo.
    Abraço!

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