sábado, 17 de setembro de 2011

Seu João


Acordei ofegante... Antes disso tudo, fez-se um clarão no céu; um agrupamento de cores. E correram... Correram mil para um lado, mil para o outro; sem direção, sem sensibilidade. Uns eram brancos, uns eram negros; uns amarelos, outros vermelhos. Sabe-se que ninguém é ninguém mesmo... Desabituaram-se dos seus dias de festas; dos seus dias da carne. E, apreciaram as cores: seres estagnados; uns nus, uns mulambentos; outros feitos de ouro; eram diamantes vermelhos. Uma multidão linguística; repugnância das almas. Tesouros ali não possuíam; tampouco sabiam do que era feito um tesouro. Tolerantes eram os que estavam ali, esperando por algo - ou alguém - maricas, desvairados. Abriram-se as páginas; abriram-se as palavras, os corações; e fez-se um ruído, um ruído intragável. E um dedo fez-se a julgar. E um dedo fez-se a proferir. Quem eram aqueles que estavam ali agora? Uns mendicantes; outros miseráveis. Trouxeram-me para cá: outro mundo; outra gente, outra essência. É que só cabe-me selecionar o que quero sentir.



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