quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Que seja bom, que dure muito, que não morra



E lá fui eu entrar no céu...

Já tinha ouvido falar desse tal céu nos livros, jornais. Mas eu nunca tinha respirado um ar tão puro, tão majestoso. Nunca tinha visto um céu tão azul, tão fresquinho. Passei por aves, estrelas, cometas, planetas, subi algumas escadas, dei algumas voltas, subi mais escadas, e finalmente lá estava eu, de pé, em frente à porta principal. Tava um silêncio danado. Procurei por algum sino de parede, alguma campainha, algum barrote de madeira. Antes de me preocupar muito, a porta se abriu. Ninguém abriu a porta, ela simplesmente SE abriu. Então, entrei. Ao meu redor... não tinha nada a não ser aquele vácuo de sempre. Estranhei. Pensei que eu seria recebido por cânticos de júbilos, harpas celestiais, anjos vestidos de vestido. Aliás, eu nem sabia onde eu realmente tava, se ali era mesmo o céu. Eu conseguia ver outro azul, que era alguma outra coisa. Dei alguns passos e fui procurar por alguém. Lembro que em Terra, existem bancos de informações nessas horas em que a gente tá perdido. Não encontrei nada durante alguns minutos. Depois disso, avistei um riacho. Um riacho de água branca, cristalina, de encher a vista. Eu não quis saber mais de ninguém. Tirei minha roupa, me joguei fundo no riacho. Água fria e sempre corrente. Passaram-se horas e nada. Será que estavam de férias ou coisa assim? Ali não escurecia. Eu senti falta do luar. E o clima tava desagradável. Ali mesmo adormeci, ali mesmo fiquei. Depois disso, não lembro de mais nada. Eu só sei que, enquanto eu vivo, as coisas se tornam mais enigmáticas, enquanto eu vivo, as pessoas me batem, me consomem muito. Eu já não tenho muito fôlego. Pensei que a causa disso era o cigarro. Só depois de um mês vim saber que a causa disso era a... vida.


P.S. Me diga o significado disso tudo. Eu simplesmente me perdi.



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